Memória poética...
TEU RETRATO I
Assis Fortes
Eu fitava, admirado, horas inteiras,
O retrato sorridente que me deste,
Absorto, esquecia das canseiras
quando olhava teu sorrir, quase celeste.
Como um anjo de bondade tu sorrias
E sorrindo parecia que falavas.
Eu ouvia, bem baixinho, o que dizias:
"Eu te amo!... Eu te amo!..." Sussurravas.
Era engano, mero engano, nada ouvia,
Pois aquele teu retrato que sorria
Motejava deste homem que te amou.
Mas, em tempo, compreendi o teu intento
E embora com o peito em sofrimento
Devolvi o teu retrato traidor.
Teresina, 05 de julho de 1970.
(FORTES, Assis. Minha terra, meus poemas. Teresina: Academia Piauiense de Letras, 1989; p. 84)
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