quarta-feira, 9 de dezembro de 2015


Memória poética...





O HOMEM

Joaquim de Sousa Neto







Pelo Gênesis, Deus estatuou o homem com sua imagem corporal!
Parecido, semelhantemente na expressão, oriundo do barro ancestral!
Adão, fadado a homem histórico, nada via, nem o bem nem o mal!
Sem emoção, sem sonhos, movendo-se abúlico num jardim escultural!

Diversamente do Éden, surge nas selvas um vero homem audaz!
Rudo, sozinho, sem Deus, faminto, enfrentando traição além e atrás!
Crescendo por custosas mudanças, arranca milênios um engenho capaz!
Semeia sua História ardente - do nada ao cume - na terra voraz!

Morador de caverna, guerreiro da liberdade, caminho do Destino!
Nada te desvia! ninguém te circunscreve o saber e o ensino!
Do ideal, o motivo! Do tempo, as luzes! Da glória o descortino!

Submete-se a rituais nas agruras da caminhada primitiva!
Agora, com a terra dominada, e a vida menos aflitiva!
A Mente, plena de saber e liberdade, já não admite ser cativa!





(NETO, Joaquim de Sousa. O Homem. In: GONÇALVES, Wilson Carvalho (Org). Antologia dos Poetas Piauienses. Teresina: Edição do Autor, 2006; p. 164).  


  


   

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