sexta-feira, 4 de dezembro de 2015


Memória poética...

 



 

 

 

PRESSENTIMENTO


Hermínio dos Santos Conde












Oh! Que eu não possa eternizar-te o nome,
Minha filha dilecta, estremecida!...
Que eu haja de findar a curta vida
Nesta lucta feral que me consome!...

Não é morrer que eu sinto. A morte assome
Venha ante mim a horrível homicida,
Não tremerei sequer; a fronte erguida,
Bem calmo, deixarei que faute a fome.

O que me doe, o que punge na alma
Fundo, bem fundo, o que me rouba a calma,
Meu horrível martírio sem igual... 

É que, na idade em flor da adolescência,
Eu tenha de acabar minha existência,
Sem haver realizado meu ideal!



(CONDE, Hermínio dos Santos. Pressentimento. Manuscrito de próprio punho do autor; sem local e sem data).  
 

Um comentário:

  1. Caro Augusto,
    Parabéns por seu blog.
    Sou bisneto do Hermínio e possuo o soneto original, que publiquei em meu blog: http://caveab.blogspot.com/2011/08/entre-filhos-e-pais.html
    Apenas gostaria de fazer umas breves correções: "que farte a fome"; "o que me punge na alma"; e " num horrível martyrio sem igual". Saudações!

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